#50 dois anos de newsletter, e quatro aprendizados até aqui
cinquenta edições depois, uma recapitulação e um novo fôlego
Publiquei a minha primeira newsletter há exatos dois anos atrás por conta de um italiano metido a gênio - e era mesmo. Contardo Calligaris, seu nome. É provável que você o conheça pelo romance com Maria Homem, pelo sotaque intransferível, ou até mesmo pelas colunas na Folha de São Paulo. Essas últimas foram o que me arremataram de vez. Em particular, a coletânea desses textos no livro Hello, Brasil!, que esmiuçava o país que me era tão familiar, pelos olhos de um estrangeiro.
A partir daquele momento, também eu sendo uma estrangeira com um olhar de espanto por todos os lados, estipulei, para mim mesma, um compromisso. Aos sábados de manhã, um pouco descansada da rotina, e dos compromissos do trabalho aos domingos, iria sentar, escrever e publicar um texto por semana. Uma espécie de colunista imaginária para a Folha de Santa Beatriz, enquanto Paulo não me nota, eu dizia na primeira edição, “diário de uma promessa".
Logo após, vieram outros textos, e temporadas. Sobre recém-descobertos dotes culinários da época, viagens ao leste europeu, amor eterno ao Brasil, a vida de imigrante e reflexões em cima da antropologia - matéria essa que eu estudava e vivenciava na prática todos os dias. Mas de maneira geral, posso dizer que os assuntos e os textos perpassavam sempre a mesma pessoa: a primeira do singular. E foi assim, que acabei aprendendo algumas coisas nesse caminho:
Compromisso. Palavra quase em extinção em múltiplos contextos, nos dias atuais. Aqui poderia dizer também: constância. Elemento essencial para o aperfeiçoamento de qualquer escritor. Já achei cruel, mas a imaginação, a criação e a fluidez dos nossos autores preferidos não vieram como em sopro divino. Exige um banco incansável de horas, de pequenos, grandes textos, que viram crônicas, contos e talvez um dia, até um romance. Descobrir a própria voz é tarefa de uma vida, e se encontrar na constância é fruto de um compromisso com a própria existência.
Prazer. O contentamento de terminar um texto que se sorri no final, depois de parir nós que habitavam o meio da cabeça ou no centro da garganta é um dos prazeres que só a escrita é capaz de dar. O alívio do fim começa a virar necessidade física, e os sentimentos, letras e espaçamentos. Em uma espécie de Carrie Bradshaw da sofrência, lá está você em uma auto exposição gratuita que você não sabe bem porquê faz, mas precisa fazer, porque é muito bom.
Conexão. Esse é o ponto mais importante, e ironicamente o que eu menos tinha ciência. Quando comecei a escrever por aqui, não lia outros conteúdos, nenhum amigo tinha perfil, e eu seguia meia dúzia de desconhecidos. Aos poucos, fui entendendo que o melhor de estar aqui era justamente o ecossistema substacker. Pude constatar que ler o outro, e ser lida pelo o outro deveria ser um dos maiores pilares civilizacionais da contemporaneidade. Assim, vida longa a esta rede, que é blog, mas também é rede.
Independência. Foi o último pilar que sedimentei entre minhas últimas conclusões por aqui. Recentemente, acabei quebrando recordes de interações por aqui que nunca pensei alcançar, fruto de todos os elementos já mencionados. Por um tempo, analisei a possibilidade de replicar mais determinados temas que eu percebia que podiam ser mais atrativos, ou até mesmo virais. Porém,
voltei dois passos, e lembrei do verdadeiro motivo de estar aqui. Escrever. Em uma rede tão acolhedora como essa, não esqueçamos do presente que é habitar um lugar onde a poesia das palavras prevalece sobre a métrica dos números.
No mais, muito amor a todos que já encontrei por aqui, em palavra, gesto ou sorriso. Saber que o que escrevo importa nem que seja para acompanhar o esmalte com acetona, ou inspirando alguém a sair da própria cidade, ou fazer um curso na faculdade é bonito demais. E é por isso que sei que se a escrita pode remeter a exclusão e ao poder dos autores, também vejo a mesma colhendo diversos tipos de amores.
Um beijo - (volto não tão em breve).
Gata precisa de fôlego. Será?
B.
Me conta qual história por aqui te marcou? adoraria ler esse vale a pena ver de novo pelos olhos de vocês.
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E nesse mês já tenho meu lugar garantido na oficina de escrita (a primeira que vou fazer da casa! <3) O conto: A história aparente e a história escrita, com a Verônica Stigger. Muito muito muito animada para explorar esse gênero literário que para mim será de todo novo. Quem sabe não volto por aqui inspirada?
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Oi! Queria passar aqui só pra deixar uma mensagem de agradecimento singela, descobri sua newsletter muito muito recentemente, estou passando por momentos um tanto complicado em minha vida e estou procurando e me reencontrando em uma nova rotina. Queria dizer que suas newsletters foram e tem sido um ótimo caminho pra essa recuperação mental que venho tendo, tenho procurado retornar com as coisas leves que sempre gostei e descobrir todo o seu uso criativo dentro desse universo digital que vivemos tem sido incrível. Terminei essa news e não é nenhum vale a pena ver de novo, mas até que se encaixaria pois sei que essa já é uma que vou poder passar o tempo, olhar pra esse momento de agora e lembrar de como isso me ajudou! Obrigado <3
eu assinaria a Folha de Santa Beatriz com toda certeza <3 parabéns, meu bem, vida longa pra essa news feita com tanta dedicação e sensibilidade.